ISABELA EM MEU PRIMEIRO PERFUME

Conheci Isabela por conta do Blog; leio todos os comentários que por aqui chegam e fui percebendo seu jeito educado e feliz de escrever, perguntar e interagir com as demais pessoas que aqui dialogam nos comentários. Tão querida que.....Isabela, aceitas o convite? Sim, disse ela, e aqui está com toda a sua queridice perfumando a nossa vila perfumada.

Com vocês, Isabela em Meu Primeiro perfume


Falar sobre o meu primeiro perfume, depois de tantos textos belos que já foram publicados aqui, é quase um desafio... 

Mas é claro que, mesmo não sendo a maior "expert" na área e por vezes nem mesmo sabendo descrever notas de saída, de fundo, e tudo mais, eu também tenho a minha historinha pra contar.


PERFUMES E ISABELA - CRÔNICA
A pequena Isabela e os perfumes
Buscando na memória, lembro de, em algum Natal de "mil novecentos e bolinha", receber uma caixa do Thaty, com a colônia e o hidratante... lembro, ainda, de ter um vidrinho de Ma Chérie na penteadeira, pela mesma época. Mas não foi nem um nem outro que me marcou a ponto de merecer ser a estrela desse relato.


O meu primeiro perfume, usado até a última gota e que marcou a minha adolescência com todas as suas mudanças, dúvidas, amores, sofrimentos e descobertas foi o fresco Insensatez, também d' O Boticário. 

Lembro até hoje que o senti a primeira vez na menina mais popular da sala. Com aquele jeito de quem não quer nada, tomei coragem e perguntei qual era aquele cheiro que me encantava. Com a resposta, passei a juntar o que sobrava da mesada até que um dia lá fui eu, adolescente de uniforme do colégio, cabelo volumoso num rabo de cavalo, tênis All Star "customizado", dinheiro contado e dobrado no bolso da calça, morrendo de vergonha das sempre maquiadas vendedoras d' O Boticário.

Com o coração batendo forte, cheguei e fui direto nele. Não quis sentir na minha pele, não olhei pra mais nenhum lado. Me sentindo meio deslocada naquele ambiente tão perfeito, cheiroso e sofisticado perto da minha bagunça interna e externa, entreguei-o à vendedora, olhando para o chão... E o levei pra casa como um tesouro.

O cheiro fresco e cítrico do Insensatez me acompanhou por muito tempo. Lembro de sentir o toque gelado do vidro fosco, de sentir as curvas do frasco, de saborear o "clique" da tampa prata... E lembro de achar que fazia muito sentido, pra mim, o nome do perfume e o fato de ele estar escrito de cabeça para baixo E ao contrário! Acho que me definia. Nem me importei muito com o fato de ter "roubado" o cheiro de outra pessoa. (Será que fiz isso de forma inconsciente desejando a beleza e a popularidade da colega? Jamais saberei, hehe.)


Na minha pele o cheiro ficava fresco, limpo, confortável, característica que procuro até hoje em perfumes (não que eu não goste de um bem doce aqui, outro forte e marcante ali). 


Ouvi dizer, mais tarde, que era uma fragrância que poderia ser usada também por homens. Mais tarde ainda soube que foi inspirado em algum Calvin Klein. E, recentemente, descobri que parou de ser fabricado... Uma pena, pois dedicar alguns minutos do meu dia pra lembrar dele me fez querer senti-lo de novo. Não sei se voltaria a usá-lo, ou se o amaria como antes - infelizmente sou um pouco volúvel com relação a perfumes - mas com certeza me traria à tona muitas sensações.


FOTO DA ISABELA E SUA CRÔNICA SOBRE PERFUME
Isabela
Sou muito nostálgica, e acredito que o olfato é o nosso sentido mais ligado às memórias. Sentir determinado aroma que remete a situações vividas funciona como um túnel do tempo e leva nossa alma pra mais perto daquele momento querido, muito mais perto do que as próprias fotografias, estáticas. Cheiro de mato, cheiro de casa de vó, cheiro da lancheira que levava pra aula, cheiro de gasolina, do cabelo da professora do pré, cheiro de papéis de carta, de Acqua Fresca (único perfume que minha mãe usou até hoje) de tinta, de roupa nova, cheiro de menta do primeiro beijo, de pão fresco, de chuva, de jardim... 


Se eu pudesse, teria um álbum de cheiros na estante.

Por Isabela, de Mafra, ainda em busca do cheirinho perfeito.




Querida Isabela, muito obrigada pelo compartilhamento, por ser espontaneamente tão querida comigo. Espero que encontres o teu cheirinho perfeito e que, nessa caminhada, tenhas lindas experiências olfativas.

Bjs.

Já tivemos outras participações aqui no Village Beauté - vamos conhecê-las?
Aqui

6 comentários :

  1. Adorei sua lembrança Isabela.
    Minha irmã teve um Insensatez há alguns anos, ela guardava dentro do armário do banheiro. Cansei de ir lá surrupiar umas borrifadas...rs.
    Adorava o vidro fosco e o toque gelado dele, bem lembrado por vc.
    Ah, não devia ter sido descontinuado, tudo era tão interessante nele, a começar pelo nome, uma ótima proposta.
    Não tive oportunidade de comprá-lo, me resta ter um CK One na coleção (futuramente) p/ recordar o Insensatez.
    Cowbeijo.

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    1. Bate uma nostalgia lendo essas palavras....

      obrigada Oldwestcowgirl Adri!

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  2. Dâmaris, obrigada pelo carinho! Você e seu blog foram um dos grandes achados da internet nos últimos tempos para mim. Percebo também que todas as pessoas que passam por aqui tem o mesmo jeito que você; são boas, gentis... é sempre uma alegria vir aqui olhar os posts e a interação entre as pessoas, a energia é muito positiva :)
    Muitos beijos!

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  3. Um dos relatos mais legais que li por aqui. Adorei!

    Minha irmã teve esse perfume quando a gente era novinha. Eu lembro bem dele. Gostava daquele cheirinho. Implorava pra ela me deixar usá-los às vezes. Ora ela deixava, ora saíamos no tapa. rs

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    1. rsrs histórias fraternas perfumadas.... bjs Vanessíssima!

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