O PERFUME POISON DA DIOR - HISTÓRIA E CURIOSIDADES

A família de Perfumes POISON da Dior faz história há quase 30 anos; cada um teu o seu próprio estilo. O que os une, além do sobrenome, é a polêmica. Cada qual tem sua própria dose de poder. Hoje iniciaremos uma série de posts sobre as loucuras perfumadas da Dior.

Por quase 40 anos a Dior viveu sob os holofotes do perfume Miss Dior, hoje chamado, Miss Dior Original. Em meados dos anos 80, a maison decidiu que era hora de romper com o passado, revitalizar sua imagem e se relacionar com o público mais jovem e moderno. A estratégia seria fazer esse ajuste de imagem através de um novo perfume e sua publicidade. Após 3 anos de criação e investimento na casa dos bilhões de dólares, lançou o perfume Poison em 1985. Era caro, provocante e feito para a juventude da época. 

Um perfume para romper com a tradição - POISON, um balzaquiano de primeira grandeza. 

Perfume Poison é a minha poção - Poison 

O nome, segundo Maurice Roger, diretor de fragrâncias Dior,  foi estrategicamente pensado para "ser atraente e fazer a diferença". Até então os perfumes Dior faziam sempre o estilo lady like. Ao apresentar um "veneno" em uma garrafa de cores escuras, com fotos que fugiam do padrão - Dior causou comoção. O trabalho fotográfico lidava com símbolos dignos de suspense e mistério. Perfume como poção, perfume como segredo, perfume como fonte de força.

E o que aquela garrafa redonda, com variações de cor ametista, guardava em si? Criado pelo perfumista Edouard Flechier, Poison foi apresentado como sendo um cocktail inebriante com notas olfativas como flor de laranjeira, mel, canela, coentro, pimenta, ameixa, pau-rosa, rosa, tuberosa, frutos silvestres, esteva labdanum, cravo, jasmim, cedro sândalo, vetiver, musk, baunilha, heliotrópio e opopanax. 

O perfume rebelde tornou-se um ícone e fincou seu nome na História da Perfumaria e faz enrubescer ainda hoje os perfumes da juventude contemporânea, que derretem-se de baixa criatividade diante dele.  Nenhuma fragrância atual é tão impactante quanto Poison mesmo hoje às vésperas de tornar-se balzaquiano. Em tempos de corpos cheirando à frutas, balas e pirulitos, sentir alguém a cheirar exoticamente é um atestado de autonomia olfativa. Ter Poison no corpo é mostrar-se humano perante o mundo, é mostrar-se assumindo que somos: doces e ásperos, cremosos e rasgantes, cálidos e intensos, espontâneos ou reconstruídos. Flores, frutas, temperos e resinas fazem um mix que a própria DIOR  e o perfumista já assumiram: "hoje já não acho que seria possível irmos tão longe como nós fomos com Poison. Os novos perfumes são mansos, por comparação."

A mulher que usa POISON Christian DIOR. 

O arroubo Dior por rasgar com a imagem do passado deu certo. POISON foi sucesso estrondoso de vendas... a cada 50 segundos, nos primeiros 2 anos pós lançamento, um frasco de Poison era vendido no mundo.  Tempos depois a Dior lançou uma versão mais concentrada, Esprit de Parfum que, segundo o Los Angeles Times, era caríssima e pouca gente comprou. Encontram-se alguns anúncios no ebay, mas diversos críticos de perfumes alertam sobre os riscos de serem alterados/falsificados. Foi reformulado, mas mas lojas temos a versão Eau de Toilette ainda intensa, marcante e inovadora.

Perfume floral com especiarias, com projeção e fixação impecáveis. Para as pessoas fortes.

Produção Dâmaris, com dados de fontes como Legends Perfumes, Michael Edwards; Los Angeles Times; NST; Fragrantica.

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